terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Antúrio

Uma das flores tropicais mais comercializadas no mundo, ainda é pouco difundida por aqui e pode ser plantada em todo o país

Texto João Mathias
Consultores: Antonio Fernando Caetano Tombolato e Roberta Pierry Uzzo*

Ainda pouco explorado comercialmente, mas com grande potencial de mercado, o antúrio é uma planta ornamental com boa adaptação às diferentes regiões brasileiras. Em estudo desde a década de 1950 pelos pesquisadores do IAC - Instituto Agronômico de Campinas, ligado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, o antúrio teve suas primeiras mudas de híbridos selecionados nos anos 90.
Atualmente, o órgão fornece a produtores onze variedades de um total de 130 plantas do gênero encontradas por aqui. Algumas delas ainda são bem raras por aqui, como a popularmente chamada de antúrio-mirim, encontrada apenas na Reserva Natural Vale, em Linhares, ES. Em breve, esse mesmo exemplar será batizado provavelmente com o nome hamiltonii, em referência ao jornalista José Hamilton Ribeiro, um dos seis profissionais ligados às áreas social e ambiental homenageados com o Prêmio Brasileiro Imortal, da mineradora Vale (leia na Revista Globo Rural, edição nº 278).
O principal polo brasileiro produtor de antúrios é o Vale do Ribeira, em São Paulo, onde existem cerca de 1,7 milhão de plantas. Entre as cidades que se destacam no desenvolvimento da cultura na região estão Iguape e Registro. O antúrio, entretanto, pode ser cultivado em todo o Brasil, sobretudo em lugares que apresentam ambiente úmido e fresco.
Apesar de a primeira inflorescência ocorrer somente após um ano de cultivo, nos anos seguintes ela surge o ano inteiro. O padrão comercial, porém, só é atingido após dois anos do início do plantio.
O cultivo do antúrio exige boa mistura de solo e matéria orgânica.
Originário da Venezuela e Colômbia, o antúrio foi levado nas últimas décadas do século XIX para a Europa, antes de se espalhar para outros países. No Velho Mundo, passou pelos primeiros de muitos programas de melhoramento, antes de se tornar a segunda flor tropical mais comercializada no mundo, atrás apenas das orquídeas.
De bela folhagem, a planta possui flores hermafroditas que nunca se autofecundam, devido ao fenômeno da protoginia. Trata-se de um processo natural no qual há um descompasso entre as fases de desenvolvimento dos dois sexos. Enquanto a parte feminina está receptiva, a masculina ainda está imatura, o que favorece o cruzamento entre plantas diferentes.

Atualmente, o gênero do antúrio engloba muitos tipos, formas, padrões de coloração, tamanhos de plantas e flores. No mercado, tanto podem ser encontrados exemplares com menos de um palmo de altura, quanto outras com mais de 1,5 metro. As flores também são diversas, variando de apenas alguns centímetros a meio metro de comprimento.
O antúrio é considerado uma das flores de maior valor unitário. Na Ceagesp - Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, o preço médio da dúzia, nos últimos três anos, mantém-se entre sete e oito reais.

RAIO X
SOLO: rico em matéria orgânica
CLIMA: temperatura ideal entre 20 e 28 graus
ÁREA MÍNIMA: pode ser plantado em canteiros e vasos
COLHEITA: a primeira inflorescência ocorre um ano após o plantio
CUSTO: 45 centavos a muda
MÃOS À OBRA
INÍCIO - as mudas podem ser compradas de viveiristas. Recomenda-se que tenham referências para assegurar a qualidade do material genético. O IAC possui serviço de venda que atende a pedidos encomendados de onze variedades: astral, cananéia, eidibel, islã, júpiter, juquiá, juréia, luau, netuno, ômega e rubi.
AMBIENTE - embora se adapte bem às condições climáticas que predominam no país, a cultura se desenvolve melhor em regiões de temperatura entre 20 e 28 graus. Em dias ensolarados, a umidade relativa do ar mais indicada é superior a 50%. Em dias nublados, de 70% a 80%. E à noite, no máximo 90%. Evite plantio em locais sujeitos a geadas e com insolação direta, sobretudo nas horas mais quentes do dia. A incidência de luz intensa pode queimar e manchar folhas e flores. Por outro lado, em áreas muito escuras, o crescimento é lento e o caule torna-se longo e fraco. Use sombreamento artificial com tela entre 70% e 80% para obter temperatura mais amena.
PLANTIO - pode ser cultivado diretamente no solo, em canteiros ou em vasos. É importante que haja boa mistura de solo e matéria orgânica. No caso de produção comercial das flores, é comum utilizar apenas um suporte para a planta, que passa a receber os nutrientes necessários para o desenvolvimento a partir de uma solução diluída no sistema de irrigação.
PROPAGAÇÃO - a multiplicação do antúrio por meio de sementes não transmite as mesmas características às plantas descendentes. Para garantir exemplares idênticos aos originais, deve-se propagar por divisão de touceira ou estacas do caule. Laboratórios de cultura de tecidos ou micropropagação produzem milhares de mudas a partir de material selecionado, uniforme e livre de doenças.
TRANSPLANTE - leve as mudas para o local definitivo com raízes sem solo. Dê preferência para fazer o transplante no início da estação quente. Não se recomenda fazer a mudança em dias frios, pois isso retarda o crescimento da planta.
ESPAÇAMENTO - plante em canteiros elevados de 20 a 30 centímetros acima do solo, com comprimento variável e largura de 100 a 120 centímetros. O espaçamento entre plantas pode ir de 25 x 25 a 50 x 50 centímetros, dependendo da variedade.
ADUBAÇÃO - o uso de adubo orgânico é importante para o antúrio. Cubra a área com terra vegetal ou substratos adquiridos em supermercados, floriculturas e lojas. Também podem ser acrescentados compostos, como torta de mamona, farinha de osso e produtos de compostagem.
CUIDADOS - faça regularmente podas de limpeza, com a remoção de folhas velhas e doentes.
PRODUÇÃO - a inflorescência tipo espiga (espádice) e a folha modificada (espata), que ficam no alto da haste do antúrio, são comumente chamadas de flor. Mas, na verdade, as flores de antúrio são minúsculas e encontram-se reunidas, formando uma miniespiga. Quando essa parte apresentar alterações de cor em sua metade ou em três quartos de seu comprimento, chegou a hora de colher o antúrio. Verifique também se a haste e a folha maior estão firmes.

*Antonio Fernando Caetano Tombolato e Roberta Pierry Uzzo são pesquisadores do IAC - Instituto Agronômico de Campinas, Centro de Horticultura/Floricultura, Av. Barão de Itapura, 1.481, Campinas, SP

Leia mais em http://migre.me/3KerZ

Saiba mais sobre esta planta:


Rodriguezia na árvore



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mudas de bastão-do-Imperador rosa

Saiba como obter melhores informações e adquirir mudas e rizomas desta maravilhosa planta : viveirosara@hotmail.com

domingo, 2 de janeiro de 2011

Substrato: você conhece a casca e o pó de casca de castanha-do-Pará?

A última edição da revista Como Cultivar Orquídeas traz uma matéria que faz parte da série de reportagens sobre substratos alternativos para orquídea. Desta vez, o destaque foi para a casca da amêndoa da castanha-do-Pará, que, pura, tem se mostrado eficiente na cultura de gêneros como Marmodes e Catasetum e espécies como Oncidium fuscopelatum e Schomburgika crispa, as quais, lembra a revista, apreciam regas espaçadas.

Em outras variedades, é recomendado adicionar fibra de coco ou esfagno. Um dos pontos positivos da casca de castanha-do-Pará é sua durabilidade. Experiências indicam que o substrato chega a durar até três anos, permanecendo inalterado ao longo desse tempo.
Usar a casca de castanha é uma atitude ambientalmente correta, já que tanto o ouriço que protege as amêndoas quanto as cascas destas são descartadas na coleta e beneficiamento. “Para garantir que a casca da castanha –do-Pará esteja livre de micro-organismos prejudiciais às orquídeas, afervente-a antes de iniciar o plantio”, alerta a revista a partir de informações do orquidófilo Sergio Ostetto, de Campo Grande (MS). Ele lembra que todo material que teve contato com o sol tem a possibilidade de estar contaminado com nematoides.

A casca de castanha-do-Pará é um material bastante poroso, não necessitando de material drenante como brita, isopor ou bidim.
Após meses de experiência, o pó da casca de castanha-do-Pará revelou-se um meio interessante de cultivo de várias espécies. Nas fotos, vemos as cores vivas da folhagem cultivada exclusivamente com esse pó.
Melhores informações sobre a casca e o pós de casca de castanha-do-Pará escreve para viveirosara@hotmail.com.